A publicidade à beira do abismo: o desconforto de viver e consumir numa era de incertezas
Resumen
O que pode o consumo? Essa questão retórica nos leva a pensar que o mercado publicitário e de consumo vivem em um terreno movediço, cujas incertezas são seus pilares. Marcas, produtos e serviços estão em metamorfose a todo tempo. Consumimos e experienciamos com o desejo que sejam momentos únicos. Assim, o ciclo de vida dos produtos sofre uma vertiginosa variação. Esse texto tem a intenção de discutir sobre a contemporaneidade e a volatilidade no campo publicitário, bem como, refletir essas mudanças advindas de uma era mediada pela internet, digitalidade e uso exacerbado das mais diversas Inteligências Artificiais. A partir disso, faz-se urgente pensar a profissionalização do publicitário, frente a um mundo cujas representações estão em formato digital, virtual e on line 24h por dia, 07 dias por semana. A necessidade de estudos e trabalhos no campo de uma alfabetização midiática, artística, publicitária e ética para a formação de consumidores mais reflexivos e atentos às demandas não apenas individuais, mas pensar no coletivo. Para refletir acerca de tais problematizações, dialogamos com Le Breton (2015) acerca do transhumano e da virtualização de si, Foucault (1987) vigilância e punição reverberada em confissões de si na mídia, gerando um sequestro identitário, Maestrutti (2011), indagando os imaginários nanotecnológicos e e-codificáveis e Kotler (2021) dialogando com o Marketing 5.0 direcionado por dados e como criar um ecossistema de dados para uma melhor seleção de mercados-alvo. Concluimos que é imperativo repensar o campo publicitário, os publicos-alvo e o mercado, para juntos, promover uma alfabetização midiática, humana e ética de todos.